Texto: Ben Oliveira
Música, dança, artesanato, fotografia, artes plásticas, vídeo, poesias, literatura e gastronomia estão entre os atrativos do Sarau dos Amigos, evento que acontece há quatro anos em Campo Grande (MS), na região sul da cidade, próximo à nova rodoviária, atrás da Escola José Barbosa Rodrigues. A entrada para o evento é 1 kg de alimento.
Nesta quinta-feira, 30 de agosto de 2012, aconteceu a 56ª edição do Sarau dos Amigos, e além das apresentações musicais, um dos destaques do evento foi a exposição de artistas plásticos do Mato Grosso do Sul, como Cecílio Vera, Sidney Nofal e Lucio Laranjeira, com a arte Naif.
"A arte naif (nome francês) é uma arte ingênua, livre e era chamada de arte primitiva. É um trabalho que o artista geralmente é autodidata, já nasce com o dom de pintar, só vai desenvolver, sem se preocupar com formas, sombras, perspectivas. Do jeito que ele imagina, ele joga o trabalho na tela, para mostrar o que ele sente, o que ele vê e viu em volta dele na infância", ensina o artista plástico Cecílio Vera.
O artista plástico de 55 anos e morador de Campo Grande explica que o interesse pela arte surgiu quando morava no interior e gostava de desenhar a lápis. Quando ele veio para Campo Grande, Cecílio Vera começou a pintar na tela, conhecer artistas e começou a pintar há 28 anos.
"Eu mostro no meu trabalho muito o interior, minha infância, o que eu vivi, as tradições, o folclore. Do interior eu pinto os costumes, a festa junina, casamento caipira, trabalhador rural, as brincadeiras", Cecílio Vera descreve as suas obras. Além de retratar o interior, o artista também está trabalhando com a temática do meio ambiente. Atualmente, ele participa do salão de arte no Armazém Cultural com um trabalho sobre a piracema e ano passado foi premiado com um trabalho sobre rio poluído e o lixão. O artista também participa da Bienal Naif de Piracicaba há 15 anos, onde expõe e também já foi premiado.
Entre as vantagens apontadas pelo artista Cecílio Vera do Sarau dos Amigos está o fato do local ser aberto, mais livre e ter maior acesso ao público que geralmente não frequenta as galerias e salões, tendo a oportunidade de conhecer o artista. "Os eventos culturais são importantes. Quanto mais, melhor. O artista deve ter espaço para expor o seu trabalho", justifica. O artista que participou pela primeira vez do Sarau dos Amigos contou que deseja voltar outras vezes.
Aos interessados em pintar, Cecílio Vera indica: "Se você gosta de pintar, de arte, pegue uma tela, um pincel e as tintas e comece a pintar. Desenvolve um trabalho, sua criatividade, sem se preocupar com desenhos e formas, e naturalmente vai sair seu trabalho".
Artista plástico e poeta, Sidney Nofal, 57 anos, também esteve presente no Sarau com suas obras cujos temas são a roça, festa junina, festa após a colheita. "Eu gosto muito de tema histórico. Procuro pintar temas históricos sempre. Já participei de três Bienais em São Paulo", declara Sidney Nofal.
O artista autodidata conta que "rabiscava" desde criança e quando veio para Campo Grande conheceu um artistsa que falou que ele poderia ser pintor, em 1990. "A gente vai fazendo sem querer e o pessoal vai gostando, você fica com vergonha de mostrar no começo, acha que não sabe nada e o crítico vê e gosta. Como por exemplo, o crítico de Piracicaba, o Nascimento que organizava a Bienal Brasileira de Arte, mandei para ele uns trabalhos e ele gostou", contou Sidney Nofal.
Ainda segundo Nofal, sobreviver de arte em Campo Grande é difícil. Nofal está realizando um trabalho com um amigo artista Francisco Bernard na França, onde escreve poesias sobre o trabalho dele e um texto contando a história dele, já que os dois cresceram juntos em Ponta Porã. "Bernard expõe na França, Portugal e Brasil, e mora no Rio de Janeiro. Estou em Campo Grande agora, mas pretendo ir para o Rio de Janeiro ou São Paulo", argumenta Sidney Nofal.
Expor os trabalhos, de acordo com Sidney Nofal, é uma das maneiras de ser visto e vender. Segundo o artista que já participou de diversas exposições na Pensão Pimentel e trabalhou na Fundação de Cultura em Assunção, no Paraguai, expor é uma forma de tentar abrir espaço.
"Esta é a primeira vez que participo de Sarau. Sempre participei de exposições, em galerias, hotéis, áreas do governo. Estou gostando muito, acho melhor, inclusive, que as exposições que participo", acredita Sidney Nofal, que vê no sarau uma oportunidade de mostrar e misturar a cultura.
Também convidado para expor no Sarau dos Amigos, o artista plástico, de 41 anos, Lucio Laranjeira trabalha com arte há 5 anos e com propaganda e publicidade há 25 anos, meio em que conheceu amigos da arte e desenvolveu a pintura.
"Meu trabalho é baseado basicamente em animais do Pantanal, faço um estilo de brincadeira com eles jogando bola, tocando instrumentos musicais, pinto folclore, vilarejos, casamento caipira", conta Lucio Larangeira. Entre os animais retratados pelo artista plástico estão tuiuiús, jacarés, garças, araras e tucanos.
Morador de Campo Grande e participante pela primeira vez do Sarau dos Amigos, o artista conta que fica feliz em expor o trabalho para o público prestigiar, principalmente quando gostam e há um reconhecimento. "Eventos que valorizem a cultura é de interesse do artista e do público. São portas que abrem para nós expormos os trabalhos", finaliza o artista Lucio Larangeira.
Música, dança, artesanato, fotografia, artes plásticas, vídeo, poesias, literatura e gastronomia estão entre os atrativos do Sarau dos Amigos, evento que acontece há quatro anos em Campo Grande (MS), na região sul da cidade, próximo à nova rodoviária, atrás da Escola José Barbosa Rodrigues. A entrada para o evento é 1 kg de alimento.
Nesta quinta-feira, 30 de agosto de 2012, aconteceu a 56ª edição do Sarau dos Amigos, e além das apresentações musicais, um dos destaques do evento foi a exposição de artistas plásticos do Mato Grosso do Sul, como Cecílio Vera, Sidney Nofal e Lucio Laranjeira, com a arte Naif.
Cecílio Vera, artista autodidata pinta há 28 anos. Foto: Hygor Benevides. |
"A arte naif (nome francês) é uma arte ingênua, livre e era chamada de arte primitiva. É um trabalho que o artista geralmente é autodidata, já nasce com o dom de pintar, só vai desenvolver, sem se preocupar com formas, sombras, perspectivas. Do jeito que ele imagina, ele joga o trabalho na tela, para mostrar o que ele sente, o que ele vê e viu em volta dele na infância", ensina o artista plástico Cecílio Vera.
O artista plástico de 55 anos e morador de Campo Grande explica que o interesse pela arte surgiu quando morava no interior e gostava de desenhar a lápis. Quando ele veio para Campo Grande, Cecílio Vera começou a pintar na tela, conhecer artistas e começou a pintar há 28 anos.
"Eu mostro no meu trabalho muito o interior, minha infância, o que eu vivi, as tradições, o folclore. Do interior eu pinto os costumes, a festa junina, casamento caipira, trabalhador rural, as brincadeiras", Cecílio Vera descreve as suas obras. Além de retratar o interior, o artista também está trabalhando com a temática do meio ambiente. Atualmente, ele participa do salão de arte no Armazém Cultural com um trabalho sobre a piracema e ano passado foi premiado com um trabalho sobre rio poluído e o lixão. O artista também participa da Bienal Naif de Piracicaba há 15 anos, onde expõe e também já foi premiado.
Entre as vantagens apontadas pelo artista Cecílio Vera do Sarau dos Amigos está o fato do local ser aberto, mais livre e ter maior acesso ao público que geralmente não frequenta as galerias e salões, tendo a oportunidade de conhecer o artista. "Os eventos culturais são importantes. Quanto mais, melhor. O artista deve ter espaço para expor o seu trabalho", justifica. O artista que participou pela primeira vez do Sarau dos Amigos contou que deseja voltar outras vezes.
Arte Naif é caracterizada pela ingenuidade. Foto: Hygor Benevides. |
Aos interessados em pintar, Cecílio Vera indica: "Se você gosta de pintar, de arte, pegue uma tela, um pincel e as tintas e comece a pintar. Desenvolve um trabalho, sua criatividade, sem se preocupar com desenhos e formas, e naturalmente vai sair seu trabalho".
Artista plástico e poeta, Sidney Nofal, 57 anos, também esteve presente no Sarau com suas obras cujos temas são a roça, festa junina, festa após a colheita. "Eu gosto muito de tema histórico. Procuro pintar temas históricos sempre. Já participei de três Bienais em São Paulo", declara Sidney Nofal.
O artista autodidata conta que "rabiscava" desde criança e quando veio para Campo Grande conheceu um artistsa que falou que ele poderia ser pintor, em 1990. "A gente vai fazendo sem querer e o pessoal vai gostando, você fica com vergonha de mostrar no começo, acha que não sabe nada e o crítico vê e gosta. Como por exemplo, o crítico de Piracicaba, o Nascimento que organizava a Bienal Brasileira de Arte, mandei para ele uns trabalhos e ele gostou", contou Sidney Nofal.
Artista plástico Sidney Nofal está escrevendo poesias para um catálogo de um amigo artista que irá expor na França. Foto: Renèe Tasso. |
Ainda segundo Nofal, sobreviver de arte em Campo Grande é difícil. Nofal está realizando um trabalho com um amigo artista Francisco Bernard na França, onde escreve poesias sobre o trabalho dele e um texto contando a história dele, já que os dois cresceram juntos em Ponta Porã. "Bernard expõe na França, Portugal e Brasil, e mora no Rio de Janeiro. Estou em Campo Grande agora, mas pretendo ir para o Rio de Janeiro ou São Paulo", argumenta Sidney Nofal.
Expor os trabalhos, de acordo com Sidney Nofal, é uma das maneiras de ser visto e vender. Segundo o artista que já participou de diversas exposições na Pensão Pimentel e trabalhou na Fundação de Cultura em Assunção, no Paraguai, expor é uma forma de tentar abrir espaço.
"Esta é a primeira vez que participo de Sarau. Sempre participei de exposições, em galerias, hotéis, áreas do governo. Estou gostando muito, acho melhor, inclusive, que as exposições que participo", acredita Sidney Nofal, que vê no sarau uma oportunidade de mostrar e misturar a cultura.
Também convidado para expor no Sarau dos Amigos, o artista plástico, de 41 anos, Lucio Laranjeira trabalha com arte há 5 anos e com propaganda e publicidade há 25 anos, meio em que conheceu amigos da arte e desenvolveu a pintura.
Lucio Laranjeira gosta de pintar os animais do Pantanal. Foto: Renèe Tasso. |
"Meu trabalho é baseado basicamente em animais do Pantanal, faço um estilo de brincadeira com eles jogando bola, tocando instrumentos musicais, pinto folclore, vilarejos, casamento caipira", conta Lucio Larangeira. Entre os animais retratados pelo artista plástico estão tuiuiús, jacarés, garças, araras e tucanos.
Morador de Campo Grande e participante pela primeira vez do Sarau dos Amigos, o artista conta que fica feliz em expor o trabalho para o público prestigiar, principalmente quando gostam e há um reconhecimento. "Eventos que valorizem a cultura é de interesse do artista e do público. São portas que abrem para nós expormos os trabalhos", finaliza o artista Lucio Larangeira.
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