Entre
os ritmos da fronteira, o chamamé está entre os mais influentes para a música e
a dança de Mato Grosso do Sul. Criado na Argentina, na cidade de Corrientes, no
nordeste do país, o gênero chegou ao Brasil após o fim da Guerra do Paraguai
(1864-1870) e até hoje influencia e alegra as festas sul-mato-grossenses, a ponto de ser comemorado hoje, dia 19 de
setembro.
Zê Corrêa (1945-1974), o
pioneiro do chamamé em Mato Grosso do Sul e no Brasil.
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Criado há dois anos, o espaço do Centro Cultural do Chamamé de Mato Grosso do Sul promove eventos para disseminar o gênero e preservar a sua história. Foto-Raquel-Ovelar |
A data
escolhida marca o falecimento do músico Tránsito Cocomarola, o “pai” do chamamé
na Argentina. De acordo com o presidente do Centro Cultural do Chamamé, Manoel
Alfredo Ferreira, conhecido como Elinho, o gênero é um dos mais importantes e
influentes do Estado.
A origem integra raízes culturais dos povos indígenas guaranis, dos espanhóis e dos italianos. O Chamamé é uma junção de etnias (raças) e amor misturada, contando a história e paisagem do ser humano. E estendendo-se em outras fronteiras também. Os principais instrumentos usados no Chamamé são o Acordeon e o Violão.
Este gênero sempre encantou em bailes populares e enriqueceu o repertório de muitos grupos chamamezeiros que não deixam o Chamamé acabar.
Um dado interessante é que a palavra chamamé vem do guarani e significa cobertura. Na verdade, ela tem duplo sentido, cobertura, que seria de parreira de uva, porque na época se bailava embaixo das parreiras e também com o sentido de uma coisa feita de improviso”, explica o presidente.
Na Argentina, o chamamé é cantado e tocado, acompanhado pelos sapucays, que, em guarani, significa “grito da alma”. Entre os ritmos folclóricos argentinos, como zambas, chacareras e milongas, o chamamé é o único a permitir a emissão de sapucays e também o único a utilizar acordeão de botão.
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