Origem
Sobá no Brasil
Sobá (そば ou 蕎麦?) é um
tipo de macarrão japonês tradicionalmente degustado na
passagem do ano. Na véspera do ano novo japonês, as famílias se reúnem para comer
a iguaria feita de macarrão de trigo sarraceno, também chamado de toshikoshi-sobá —literalmente, macarrão da passagem de
ano.
macarrão de trigo Sarraceno |
A
receita
O sobá é
feito com os seguintes ingredientes: macarrão japonês (toshikoshi-sobá),
carne de porco (que pode ser substituída por outras carnes, como filé de frango
ou filé bovino), molho shoyu, saquê-mirin, óleo
vegetal, dashi, togarashi, gengibre, sal, cebolinha e cheiro verde. O prato é quase uma
sopa e é servido em cumbucas de louça, acompanhado de ovo frito mexido e
cortado em fatias.
Sobá- Foto/divulgação |
Sobá no Brasil
No Brasil, a cidade de Campo Grande (Mato Grosso do Sul), foi a
primeira cidade a dispor de restaurantes que servem sobás, para onde foi levado
pelos imigrantes originários da ilha japonesa de Okinawa, que chegaram à cidade em 1908 e são os restaurantes dos mais tradicionais da
cidade. Atualmente está presente em outras cidades, mas é em Campo Grande onde
mais se encontram esses restaurantes. Em Campo Grande, o sobá de Okinawa passou a ser oferecido
também na Feira Central — primeiro, reservadamente aos okinawanos e seus
descendentes, depois, a todos que se interessassem — e acabou se tornando uma
iguaria típica e tradicional da cidade, perdendo a ligação com a passagem do
ano, pois é saboreada em qualquer época do ano. Existem dezenas dessas casas de massas que
servem, além do sobá,
espetinhos de carne bovina, yakimeshi, yakisoba e outros pratos orientais.
Uma das dezenas de casas que existem na Feira Central |
Patrimônio
Imaterial
__________________________________________________
De
prato típico a patrimônio imaterial de Campo Grande, o sobá se enraizou
definitivamente na cultura da capital de Mato Grosso do Sul, terceira cidade no País com o maior número de descentes japoneses.
Mais do
que conhecido, o sobá é um verdadeiro astro da culinária local. Na Feira Livre
de Campo Grande, por exemplo, existem 20 restaurantes especializados. O local
reúne facilmente duas mil pessoas consumindo vorazmente. Uma das barracas mais
tradicionais da feira vende uma média de 100 sobás por dia. O caldo do sobá tem
um segredinho que eles não passam para a gente.
O detalhe
é que o sobá é um prato extremamente saudável, como toda a culinária de
Okinawa, um dos motivos para o local abrigar a maior concentração de pessoas
centenárias no planeta. Aos poucos, por exemplo, dona Amélia, Antônia e
companhia vão criando mais artimanhas para atrair os campo-grandenses, como
substituir a carne de porco por carne de boi, frango e até mesmo dobradinha
dependendo do gosto do freguês. “Como descendente me orgulho de toda a
população de Campo Grande gostar de sobá, um prato que veio da colônia, mas que
atinge pessoas de todas as raças e idades”, reflete Anísia Higa.
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