quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

História do Sobá

Origem

Sobá (そば ou 蕎麦?) é um tipo de macarrão japonês tradicionalmente degustado na passagem do ano. Na véspera do ano novo japonês, as famílias se reúnem para comer a iguaria feita de macarrão de trigo sarraceno, também chamado de toshikoshi-sobá —literalmente, macarrão da passagem de ano.
macarrão de trigo Sarraceno

A receita

sobá é feito com os seguintes ingredientes: macarrão japonês (toshikoshi-sobá), carne de porco (que pode ser substituída por outras carnes, como filé de frango ou filé bovino), molho shoyusaquê-mirin, óleo vegetal, dashitogarashigengibresal, cebolinha e cheiro verde. O prato é quase uma sopa e é servido em cumbucas de louça, acompanhado de ovo frito mexido e cortado em fatias.
Sobá- Foto/divulgação



Sobá no Brasil


No Brasil, a cidade de Campo Grande (Mato Grosso do Sul), foi a primeira cidade a dispor de restaurantes que servem sobás, para onde foi levado pelos imigrantes originários da ilha japonesa de Okinawa, que chegaram à cidade em 1908 e são os restaurantes dos mais tradicionais da cidade. Atualmente está presente em outras cidades, mas é em Campo Grande onde mais se encontram esses restaurantes. Em Campo Grande, o sobá de Okinawa passou a ser oferecido também na Feira Central — primeiro, reservadamente aos okinawanos e seus descendentes, depois, a todos que se interessassem — e acabou se tornando uma iguaria típica e tradicional da cidade, perdendo a ligação com a passagem do ano, pois é saboreada em qualquer época do ano. Existem dezenas dessas casas de massas que servem, além do sobá, espetinhos de carne bovina, yakimeshi, yakisoba e outros pratos orientais.

Uma das dezenas de casas que existem na Feira Central


Patrimônio Imaterial
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De prato típico a patrimônio imaterial de Campo Grande, o sobá se enraizou definitivamente na cultura da capital de Mato Grosso do Sul, terceira cidade no País com o maior número de descentes japoneses.

Mais do que conhecido, o sobá é um verdadeiro astro da culinária local. Na Feira Livre de Campo Grande, por exemplo, existem 20 restaurantes especializados. O local reúne facilmente duas mil pessoas consumindo vorazmente. Uma das barracas mais tradicionais da feira vende uma média de 100 sobás por dia. O caldo do sobá tem um segredinho que eles não passam para a gente. 

O detalhe é que o sobá é um prato extremamente saudável, como toda a culinária de Okinawa, um dos motivos para o local abrigar a maior concentração de pessoas centenárias no planeta. Aos poucos, por exemplo, dona Amélia, Antônia e companhia vão criando mais artimanhas para atrair os campo-grandenses, como substituir a carne de porco por carne de boi, frango e até mesmo dobradinha dependendo do gosto do freguês. “Como descendente me orgulho de toda a população de Campo Grande gostar de sobá, um prato que veio da colônia, mas que atinge pessoas de todas as raças e idades”, reflete Anísia Higa. 

Ah, e atenção: não confunda o sobá de trigo sarraceno com o sobá de Okinawa, muito famoso em Campo Grande, que é feito de trigo normal, é mais grosso e não tem a cor escura característica. (recomendações de Koichi Mori, que trabalha há 30 anos com o preparo do sobá no Japão).

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